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domingo, 28 de dezembro de 2014

Não dê esmolas, dê oportunidade​

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Hoje enquanto lia a matéria "Não dê esmolas, dê oportunidade de" Ricardo Campos - Diretor da CDL de Florianópolis e presidente do Conseg do Centro, lembrei de um caso inusitado.

Um certo rapaz que abordou-me pedindo dinheiro. Era magro, jovem, vestido modestamente, carregava uma pasta de plástico cor-de-rosa com alguns papéis dentro. E tinha uma lábia para persuadir qualquer pessoa que já não estivesse acostumada com os vários tipos de golpe que os impostores praticam  .

Esse cidadão mendicante ou melhor muito esperto, estuda as situações para ter argumentos quando aborda as pessoas na cidade de Florianópolis (SC).

Ele fica a espreita todas as sextas-feiras em frente a uma clínica na Barão de Batovi, nos demais dias, perambula pelas ruas que possuem moradores com poder aquisitivo alto.

Já o encontrei diversas vezes, contando a mesma história. Na primeira e segunda oportunidade, foi quando me dirigia a clínica para realizar exames. O moço calmamente narrou a sua triste história. Era do interior, estava com seu currículo na pasta e estaria participando de um processo de emprego num Supermercado da capital, porém não tinha onde dormir, o que  comer e precisava de dinheiro.

Recomendei-lhe o albergue  da Hercílio Luz, pois atendem esse tipo de necessidade. Prontamente respondeu que já havia estado lá, e que a Assistente Social não autorizara sua permanência, pois o albergue estava lotado.

Então argumentou que tinha conseguido um quartinho com banheiro no centro para dormir e tomar banho, mas que custava R$ 100,00 e ele não tinha esse dinheiro.

Disse-lhe que deveria insistir, passar no final da tarde no albergue que iria conseguir. Quando o bom e calmo moço viu que não ia conseguir dinheiro, começou o seu teatro " - e agora o que vou fazer, vou ter que dormir na rua, estou com fome, como vou fazer ?"

Enquanto aguardava para realizar os exames fiquei observando ele através do vidro. Abordava todas as pessoas que passavam a pé pela rua ou que estavam dentro dos carros aguardando.

Mais tarde enquanto voltava para casa, encontrei-o descendo a rua cantarolando e subiu em direção ao morro.Depois disso vi ele abordando senhoras na Rua Luiz Delfino, contando a mesma história, sem dar espaço para a pessoa falar. Felizmente ela estava acompanhada da filha. Esta vinha alertando-a para não ficar dando ouvidos a esse tipo de pessoa. Então lhes contei a verdade, ficaram agradecidas e com a consciência tranquila, pois não contribuíram com a mendicância.

Agora você já conhece o cidadão da pasta cor-de-rosa e muita lábia. Já sabe que ele não quer trabalhar, mas sim viver às custas do povo.  Para esse tipo de pessoa não falta oportunidade, falta é ter vergonha na cara e dignidade!

Leia!

"Não dê esmolas, dê oportunidade de" Ricardo Campos - Diretor da CDL de Florianópolis e presidente do Conseg do Centro.

A mendicância é quase tão antiga quanto as próprias cidades e para entendê-la é preciso ver além da pobreza. Em tese, são indivíduos em estado de extrema carência material forçados a viver na rua, originando o termo vagabundo – aquele que vaga, que tem uma vida errante. O tempo tornou a questão bem mais complexa, e a indigência também está associada a drogas, alcoolismo ou doenças psiquiátricas. E também há os “profissionais”, que acham mais fácil e lucrativo mendigar a exercer um emprego normal.

Não é possível ignorá-los e menos ainda tratá-los com assistencialismo, mesmo que pareça um grande desafio resgatá-los ao convívio social. A CDL de Florianópolis e o Conseg do Centro lançaram a campanha Não dê esmola, dê oportunidade, para conscientizar moradores e comerciantes de como efetivamente ajudar a população de rua. Há uma rede de serviços de assistência social oferecendo alimentação, banho, moradia e atendimento psicossocial. Os espaços de acolhimento para a população de rua têm 140 vagas entre albergues e casas de apoio, além dos serviços da rede privada.

Cada vez que é doado dinheiro ou alimentos, o morador de rua sente-se estimulado a permanecer na mendicância. E o dinheiro pode ser usado para comprar drogas ou álcool. A alternativa é estender-lhes condições reais de reestruturação, garantindo os direitos da população de rua, o que significa transcender o assistencialismo e o voluntarismo. As ações educativas já começaram a ser desenvolvidas com usuários do Ticen, feirantes do Largo da Alfândega, frequentadores de igrejas, restaurantes, padarias, bancos e demais estabelecimentos onde há maior frequência e permanência do morador de rua. Além de orientações sobre como agir no atendimento a essa população, o material distribuído ensina como proceder em caso de violação dos direitos desses indivíduos, desordem ou ocupação irregular do espaço público municipal, além de roubo, furto ou invasão de propriedade. O trabalho é de longo prazo, mas as consequências sociais, salvando vidas, justifica o empenho. "

Fonte: http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/diario-da-redacao/noticia/
2014/12/nao-de-esmolas-de-oportunidade-8203-4659744.html

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