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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Mamãe Noel

Odete Soares Rangel


Mamãe Noel é o título desse belo texto de Martha Medeiros. As festas natalinas e o ano novo se aproximam, é hora de refletir, de fazer aquele balanço do ano que passou e desejar as novas coisas que desejamos conquistar. Se o momento é de reflexão, também o é de buscar serenidade para superar essa loucura e estressante fase de compras de presentes. Já me aconteceu muitas vezes de comprar algo e depois me dar conta de que eu já presenteara a pessoa com o mesmo objeto. E gasto muito tempo pensando no que a pessoa gostaria, isso é por demais estressante.

Tenho vontade mesmo é de substituir todos esses presentes, que às vezes a pessoa nem queria ganhar, por um monte de abraços. Eu preferia ganhar um abraço bem forte ao invés de presente, pois este sim me aqueceria o coração, eu perceberia que essa pessoa gosta de mim de verdade, que se importa comigo, com ela posso contar e nela posso confiar. Esse(a) é meu(inha) Amigo(a)! E poder sentir assim e retribuir na nesma frequência é o que realmente importa!  Está faltando afetividade no mundo.

WWW.jmeirelles.wordpress.com Formatação de J. Meirelles
Mas Martha conclui seu texto com uma frase que resume tudo. Pense nisso!


"Sabe por que Papai Noel não existe? Porque é homem. Dá para acreditar que um homem vai se preocupar em escolher o presente de cada pessoa da família, ele que nem compra as próprias meias? Que vai carregar nas costas um saco pesadíssimo, ele que reclama até para colocar o lixo no corredor? Que toparia usar vermelho dos pés à cabeça, ele que só abandonou o marrom depois que conheceu o azul-marinho? Que andaria num trenó puxado por renas, sem ar-condicionado, direção hidráulica e air-bag? Que pagaria o mico de descer por uma chaminé para receber em troca o sorriso das criancinhas? Ele não faria isso nem pelo sorriso da Luana Piovani! Mamãe Noel, sim, existe.


Quem é a melhor amiga do Molocoton, quem sabe a diferença entre a Mulan e a Esmeralda, quem conhece o nome de todas as Chiquititas, quem merecia ser sócia-majoritária da Superfestas? Não é o bom velhinho.

Quem coloca guirlandas nas portas, velas perfumadas nos castiçais, arranjos e flores vermelhas pela casa? Quem monta a árvore de Natal, harmonizando bolas, anjos, fitas e luzinhas, e deixando tudo combinando com o sofá e os tapetes? E quem desmonta essa parafernália toda no dia 6 de janeiro?

Papai Noel ainda está de ressaca no Dia de Reis. Quem enche a geladeira de cerveja, coca-cola e champanhe? Quem providencia o peru, o arroz à grega, o sarrabulho, as castanhas, o musse de atum, as lentilhas, os guardanapinhos decorados, os cálices lavadinhos, a toalha bem passada e ainda lembra de deixar algum disco meloso à mão?

Quem lembra de dar uma lembrancinha para o zelador, o porteiro, o carteiro, o entregador de jornal, o cabeleireiro, a diarista? Quem compra o presente do amigo-secreto do escritório do Papai Noel? Deveria ser o próprio, tão magnânimo, mas ele não tem tempo para essas coisas. Anda muito requisitado como garoto-propaganda.

Enquanto Papai Noel distribui beijos e pirulitos, bem acomodado em seu trono no shopping, quem entra em todas as lojas, pesquisa todos os preços, carrega sacolas, confere listas, lembra da sogra, do sogro, dos cunhados, dos irmãos, entra no cheque especial, deixa o carro no sol e chega em casa sofrendo porque comprou os mesmos presentes do ano passado?

Por trás do protagonista desse megaevento chamado Natal existe alguém em quem todos deveriam acreditar mais."

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