PLAYLIST

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

[Série] 10 origens de personagens de desenhados animados famosos

Odete Soares Rangel

Dia das crianças.  Sabe-se que nesta data os pais, em geral, correm para as lojas em busca de presentes para seus filhos. Pena que a data esteja tão focada em coisas materiais, e não na afetividade. 

A Natasha traz uma bela matéria sobre leituras, este sim deve ser um presente incentivado sempre, não apenas no dia das crianças.

Há  muita literatura disponível na Internet, o site domínio público é um exemplo. Leia mais e aumente seus conhecimentos, leitura é o alimento da alma.

Boa leitura!

Personagens de desenhos animados: eles nos encantam, nos fascinam, alegram nossa infância, mais tarde despertam boas lembranças… E, apesar de muitos serem mundialmente conhecidos, suas histórias, inspirações e origens não são tanto.
Com o Dia das Crianças chegando, vamos publicar uma série contando a história de 10 personagens de desenhado animado famosos, com dois personagens por vez. As informações sobre suas histórias foram reunidas pelo site Listverse durante um período de seis meses, através de pesquisas, vídeos, entrevistas, livros e outras fontes. Confira:
1 – Betty Boop
Produção: 9 de agosto de 1930 – 7 de Julho de 1939
Inspiração: Helen Kane (cantora)

Betty é considerada uma das personagens de desenho animado mais conhecida do mundo, e a rainha dos desenhos animados da década de 1930. Apesar de antiga, até hoje Betty é uma espécie de “ícone” feminino, aparecendo em diversos itens voltados a mulheres, mais notadamente bolsas. A história dessa personagem é bastante interessante (e polêmica).
Helen Kane é uma cantora que em 1928 tornou-se a “The Boop Boop a Doop Girl” (garota Boop Boop a Doop), pois utilizava a expressão “boop-boop-a-doop” (na verdade era um som específico, considerado também um estilo para alguns) na canção “That’s My Weakness Now”.
A canção virou um sucesso da noite para o dia, tornando Helen conhecida. No ano seguinte, ela fez cinema, aparecendo na comédia Nothing But the Truth, a primeira oportunidade do público conferir seu laço no cabelo e sua voz tímida, esganiçada e quase infantil. Em pouco tempo, ela se tornou um sucesso nacional nos EUA. Kane se tornou o íncone da cultura “flapper” do período, um termo usado na década de 1920 para descrever uma nova geração de mulheres jovens ocidentais que vestiam saias curtas, não usavam espartilho, cortavam o cabelo, escutavam jazz, usavam salto alto, etc.: mulheres que desafiavam as regras da época. Flappers foram mulheres liberais para seu tempo, com a reputação de serem ousadas, determinadas e destemidas.
Em agosto de 1929, o animador Max Fleischer, que já tinha tido um pequeno sucesso com o palhaço Ko-Ko e alguns filmes educativos, criou seu próprio estúdio e a Série Talkartoon de 42 desenhos animados. Um desses desenhos, Hot Dog, contava com a comédia de um cão imprudente, Bimbo. O sucesso do personagem significou que Max precisava encontrar namoradas para ele. De acordo com os animadores, o esboço inicial para Betty era de um poodle antropomórfico, com longas orelhas caídas e um laço na cabeça. As orelhas foram transformadas em brincos de argola, e o rosto tornou-se mais semelhante ao humano, até que o projeto final revelou uma forma completamente humana (e ainda assim, ela permaneceu a namorada do cão Bimbo).
A primeira Betty Boop apareceu em 9 de agosto de 1930, em um desenho animado chamado Dizzy Dishes. Betty foi apresentada como uma dançarina e cantora, com pernas longas, rosto quadrado, e uma voz caracteristicamente infantil e estridente. Rapidamente se tornou um sucesso notável, e não demorou muito para que a Betty começasse a ofuscar Bimbo. Ela estrelou em 111 desenhos entre 1930 e 1939. Tornou-se uma estrela autoproclamada e ainda é muito popular até hoje, mais de 80 anos mais tarde.
No entanto, desde o início, ficou claro que Betty não só era modelada a partir de Helen Kane (os maneirismos, as músicas, a voz), mas sim uma cópia exata da mesma. Mae Questel, a primeira a interpretar
Betty, foi escolhida por Max Fleischer porque ele queria “uma voz para Betty parecida com a de Helen Kane” (no Brasil, Betty foi dublada por Lina Rossana). Até “Boop”, sobrenome de Betty, imediatamente implicava uma conexão entre ela e a “garota Boop Boop a Doop”.

Em 1932, Helen Kane tentou processar o estúdio de Fleischer e a distribuidora Paramount Pictures por US$ 250.000. Quando o julgamento finalmente teve início, em abril de 1934, Fleischer convenceu todas as seis meninas que tinham dublado Betty a negar que a voz da personagem sempre foi uma tentativa de imitar a voz de Helen Kane. Outra testemunha disse que “Boop Boop a Doop” não tinha a ver com Helen, e, de fato, o estilo “Boop Oop a Doop” veio muito antes da popularidade de Kane. Paramount Pictures ainda mostrou um clipe de outra cantora, Baby Esther, que tinha usado a mesma frase em uma canção antes dela, em 1928 (alguns historiadores dizem que esta foi a verdadeira inventora do “estilo”).
Outras testemunhas foram chamadas para dizer que o personagem foi desenhado a partir de muitas influências, principalmente Clara Bow, uma grande estrela em Hollywood que se aposentou em 1933 depois de seu último filme, Hoop-la. De fato, a única Betty Boop lançada em cores na época, quatro meses antes do julgamento, mostra Betty com um cabelo vermelho parecido com o de Clara, não preto, como se os produtores estivessem tentando se distanciar de Helen Kane. No final, Kane não teve sucesso em seu caso. Betty Boop durou mais tempo que sua carreira, e, apesar de ser uma personagem obviamente baseada nela, Helen morreu sem nunca receber um centavo sobre seus lucros. O que a princípio começou como uma brincadeira alegre e lisonjeira para Kane acabou a relegando e substituindo.
2 – Gaguinho
Produção: 9 de março de 1935 – 10 de março de 1956
Inspiração: Joe Cobb (ator) como o personagem Joe na série “Our Gang” (1922-1929)

Our Gang (mais tarde renomeada The Little Rascals, franquia conhecida como Os Batutinhas no Brasil) começou como uma série de comédias mudas de TV da década de 1920 até 1944. O show contava com um número de atores mirins que agiam naturalmente (fazendo palhaças e atrapalhações como qualquer criança). Os personagens dessa série tornaram-se memoráveis, como “Alfafa”, interpretado por Carl Switzer.
O ator Joe Cobb apareceu pela primeira vez no grupo como “Joe”, no curta-metragem The Champeen, lançado em 28 de janeiro de 1923. Ele foi a estrela em 86 episódios da série, interpretando o estereótipo do sempre feliz e sorridente “garoto gordinho”.
Ao mesmo tempo, durante os anos 1930, Leon Schlesinger havia conseguido um contrato para produzir a série Looney Tunes da Warner Bros. Porém, sua versão animada de um jovem negro com dialeto estereotipado tinha saído de moda, e ele precisava de outro personagem. Schlesinger pediu ao animador Robert Clampett e ao diretor Friz Freleng para projetar uma série con novas personagens baseadas em uma versão animada dos episódios de Our Gang.
Entre esses personagens, nasceu Porky Pig, conhecido no Brasil como Gaguinho, no papel que seria de “Joe”.
Ele logo fez tanto sucesso que virou a estrela principal da série. Seu nome original foi inventado por Friz Freleng, que tinha amigos de infância apelidados de Porky e Piggy. Sua gagueira característica veio de Joe Dougherty, o ator que o interpretou pela primeira vez. Joe tinha uma gagueira muito pronunciada, que muitas vezes atrasava as gravações. Eventualmente, o estúdio percebeu o alto custo de produção das muitas horas de material desperdiçado, e substituiu Dougherty por Mel Blanc. Porém, a gagueira se tornou tão associada com o personagem que Blanc foi convidado a usá-la para criar um efeito cômico no personagem.

Gaguinho por muitas vezes tropeçava em pequenas palavras até que encontrava uma substituta mais facilmente pronunciável, mesmo que essa palavra fosse muito mais longa e complicada do que a original. A personalidade de Gaguinho também amadureceu, de um personagem bastante desmiolado para um mais rápido, inteligente e pensativo.
O legado de Gaguinho permanece até hoje com a frase “Por hoje é só, pessoal” ou “E isso é tudo, pessoal”, ouvida no final de todos os episódios de Looney Tunes. Muitos personagens da série já pronunciaram a frase, mas foi sua gagueira que tornou a assinatura memorável.
A série continua em breve com os personagens Pernalonga e Tom e Jerry.[Listverse]

Nenhum comentário: