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sábado, 14 de abril de 2012

Versos sobre Edgar Poe

Odete Soares Rangel



Grande Poe, eu quisera nesta idade
erguer teu vulto como o de uma estátua
para mostrá-lo em toda a claridade
à geração moderna, à mocidade
frívola e fátua!

(...) Sim, eu te entendo sonhador exótico,
estranho sonhador,
eu compreendo o teu pensar nevrótico,
       a tua imensa dor.
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Quando leio teus livros, deles trago
a alma, como um farrapo machucada,
e em meu olhar estranhamente vago
paira a Alucinação desordenada
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Seja o delirium tremens muito embora
quem teu espírito espantoso enleva:
-és como o impossível de uma aurora
em que brilhasse um sol feito de treva.

         Si houvesse, como tu, dez criadores
         dessas visões nevróticas e ardentes,
         da Insânia nos sublimes esplendores
         todos nós rolariamos contentes!

        Grande Poe, a loucura, que matou-te,
        há de empolgar-me o cérebro algum dia:
-  tu e eu, nós iremos da amplidão
        contra os sonhos falazes da Razão
           semeando a Ironia!

(Medeiros de Albuquerque, Pecados).

Se você quiser conhecer um pouco sobre a obra de Edgar Allan Poe acesse o link:     http://odeter.blogspot.com.br/2011/05/o-gato-preto-de-edgar-allan-poe.html.

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