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sábado, 11 de setembro de 2010

O dia que aterrorizou o mundo

Odete Soares Rangel

O atentado de 11 de setembro foi um dos acontecimentos mais devastadores e inesperados do ano de 2001. Na manhã daquele dia, o mundo todo parou e acompanhou pela TV a tragédia ocorrida em New York e Washington. Os Americanos lamentavam a perda dos símbolos do poder econômico dos EUA - as torres gêmeas do World Trade Center. E, também, os incalculáveis prejuízos de toda a ordem, além das milhares mortes de pessoas inocentes totalmente desnecessárias.

A tragédia foi motivada por uma reação da organização Al Qaeda contra a política imperialista Americana. Apesar de não ter sido o primeiro, este ataque teve proporções imensuráveis e deixou clara a fragilidade dos sistemas de segurança e inteligência dos EUA. Impotente diante da execução de tão ousada e surpreendente operação, os sistemas acima indicados foram incapazes de a detectarem previamente, e impedi-la. Esse país deixou transparecer sua vulnerabilidade e incapacidade de deter ataques terroristas, não só por ar, mas por terra, por cartas.

Se refletirmos sobre as conseqüências desse ataque, não teremos uma única conclusão, pois sabemos que os terroristas não aceitam diálogo nem negociação. Alguns pretendem combater o terrorismo usando as suas próprias ações e práticas. Fica uma certeza, o mundo não é mais o mesmo de antes, embora alguns analistas defendam essa idéia. Os Estados Unidos perderam o sentimento de invulnerabilidade; por outro lado, os cidadãos de todo o mundo perderam o sentimento de segurança. Em reação a trágica ocorrência daquela data, não se pode descartar hipóteses de que venhamos a ser surpreendidos com a instauração de um conflito mundial.

A reação do Presidente Bush não foi contra-atacar de imediato, como se podia esperar, até mesmo pelo apoio recebido pela maioria da comunidade internacional. Ele optou não só por consultar e dividir opiniões com seus aliados, mas buscar entendimento junto ao Conselho de Segurança da ONU no que obteve êxito parcial e, principalmente, adquirir e apresentar provas documentais contra os autores dos atentados. Ele se acautelou para não lançar um ataque maciço contra alvos duvidosos. Somente após algumas certezas, determinou a operação militar com bombardeios intensos contra o Afeganistão e o regime Taliban. Não só essas posições, como também os alvos atingidos são hoje contestados.

O plano do governo Bush de construir o escudo de defesa antimíssil conseguiu a oposição de tradicionais aliados, a desconfiança da Rússia e da China, e parece não ser garantia de que o país não esteja suscetível a novos ataques-surpresa, quer com bombas, quer com armas bacteriológicas tipo antraz.

Considerando o ocorrido e o apoio recebido da comunidade internacional, os EUA devem rever sua política internacional, se inserir no mundo e abdicar de sua posição isolacionista. É necessário atuar conjuntamente sobre a complexidade da globalização da economia, das finanças, do crime organizado, da segurança internacional. O mundo não pode continuar refém da negligência e intolerância de governantes que crêem resolverem sozinhos quaisquer problemas.

Finalmente, tanto Bush quanto Osama Bin Laden foram ousados e avançaram nas suas intenções. Bin Laden atacou os EUA e Bush atacou dois países muçulmanos com riscos e conseqüências não mensurados. Dentre as muitas conseqüências, houve perdas irreparáveis para a economia, para o turismo, para a aviação, etc. Os investimentos rumaram para outros mais seguros, mais clássicos. E a credibilidade nessa potência que eram os EUA ficou abalada. Penso que a ONU deva ser fortalecida, além de os governantes buscarem alternativas que não conduzam a guerras e, também, usem o avanço tecnológico para diminuir as desigualdades sociais, em parte, provocadoras desses conflitos. Desta forma, provavelmente, evitar-se-ão carnificinas como a que vimos nessa guerra com milhares de inocentes mortos.

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