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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Solidariedade: O entendimento que faz a diferença

Odete Soares Rangel

SOLIDARIEDADE

Eu vi um menino chorando
Eu vi um mendigo pedindo
Eu vi uma família sem lar
Mas eu vi pessoas sorrindo

Eu vi um homem com fome 
Eu vi um idoso na relva dormindo
Eu vi um olhar piedoso
Mas não vi ninguém os acudindo

Eu vi uma tempestade cinzenta
Eu vi casas e muros ruindo
Eu vi uma mulher com uma trouxa
Atônita com o cachorro se indo

Eu vi crianças na lama
Eu vi o chão se abrindo
Eu vi pedras se amontoando
Eu vi pessoas explodindo

Eu vi um enfermo sofrendo
Eu vi uma pessoa partindo
Eu vi parentes às lágrimas
Mas eu vi uma rosa se abrindo.

Mas naquele momento eu não vi ninguém:
Estendendo a mão;
abrindo o coração;
esboçando um sorriso;
fazendo um afago;
saindo do conforto para socorrer alguém;
abrindo a carteira;
partilhando da dor do outro;
sendo solidário com seu irmão necessitado.

Eu fiz a minha parte hoje. Afaguei a cabeça do menino, dei comida ao mendigo, cobri o idoso, atentei para o olhar piedoso, socorri a mulher e o cachorro. E ajudei mais a mim do que a eles, abri minha mente e meu coração para as necessidades dos outros. À medida em que ia escrevendo, eu me colocava no lugar daqueles desafortunados e sentia a tristeza e a dor de cada um. Nas outras questões nada pude fazer, mas sou solidária no sofrimento. Que os governantes deste país olhem para os problemas sociais e ambientais, com disposição para solucioná-los. Que eles se coloquem no lugar dos menos favorecidos, então saberão o que é miséria, o que é dor, o que é ter necessidades, o que é perder tudo que se tem, inclusive o direito de viver com dignidade. Que eles sejam solidários, antes de serem políticos; que façam sua parte, representando o povo e dando a ele condições básicas e dignas para a sobrevivência.

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